terça-feira, 21 de junho de 2011

Xadrez Uma perfeita ginástica mental

Recentemente, o The Wall Street Journal publicou um artigo assinado pelo Sr. Bernard Wysocki que abordava um tema muito debatido na sociedade científica norte-americana: a relação entre a atividade mental e a conservação da memória nas pessoas que passam dos 40 anos de idade.

Depois de ser os pioneiros na Saúde Física, os norte-americanos estão dedicados atualmente na manutenção de seus cérebros em forma. Daí os diferentes estudos realizados por respeitáveis instituições científicas sobre este importante tema.

No artigo mencionado, expõem-se vários conselhos para evitar a deterioração da memória.

Desde determinadas dietas ricas em VITAMINA A, E e antioxidantes naturais, até dormir o suficiente, maior utilização da mão contrária, fazer exercícios diários e tratar de diminuir as situações que provoquem stress.

Assinala também que o enfoque mais popular para manter afinada a memória constitui em seu treinamento ativo, o que alguns especialistas denominam Ginástica Mental Aeróbica.

Para tal efeito, a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, oferece cursos de treinamentos da memória, de cinco semanas de duração, baseados em diferentes provas cognoscitivas e conselhos práticos.

Baseados no princípio de que órgão que não se exercita se atrofia, e de estudos recentes que reforçam o critério de que a memória é como um músculo flácido que pode ser tonificado mesmo em idades avançadas é que se popularizaram as propostas da Ginástica Mental como terapia eficaz para evitar a erosão da memória relacionada com a idade.

Entre os exercícios recomendados estão jogar brigde, resolver palavras-cruzadas e quebra-cabeças ou aprender um idioma.
Isso é, estas atividades podem fazer pelo cérebro o que os abdominais fazem pelo corpo.

Corroborando os resultados positivos da Ginástica Mental, o Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos tornou público o maior estudo clínico já realizado sobre o exercício da memória; examinou 2,800 pessoas de 65 anos ou mais.

Conclusões:
Cerca de 26% das que receberam um treinamento normal mostraram uma melhoria substancial.
Em outro subgrupo, onde os participantes fizeram exercícios de velocidade de processamento, 87% mostrou uma melhoria muito superior.

Reflexões:
Depois de conhecer estes estudos e as conclusões correspondentes, onde se defende o critério de que a atividade mental é fundamental para a manutenção da memória e a atividade geral do cérebro, pergunto-me: que outra atividade pode se constituir numa ferramenta perfeita e possivelmente mais efetiva do que as mencionadas anteriormente para cumprir os princípios de uma verdadeira Ginástica Mental?

A resposta é simples: o Xadrez.
Ou acaso uma partida de Xadrez não se constitui, por si só, num exercício mental, onde, a cada instante, o cálculo, a velocidade de processamento e organização de uma ampla gama de informações e a tomada de decisões são fundamentais?

Calcular árvores de variantes e encontrar soluções sob a pressão de um tempo determinado é, por si só, um treinamento mental completo, onde, ademais, fatores desportivos e psicológicos obrigam o jogador a ser sumamente exato no processo mental que implica na busca e comprovação de soluções.

O Xadrez, que é uma das mais interessantes criações do engenho humano, é uma atividade intelectual que se constitui num elemento sumamente importante dentro de diferentes atividades que podem servir para a realização de estudos sobre o comportamento do cérebro.

Poucas atividades mentais podem comparar-se ao jogo-ciência como exemplo de processamentos de dados e organização de ideias em busca de solucionar problemas sob determinadas situações complexas e variáveis.

A riqueza temática do Xadrez é incalculável, já que inter-relaciona elementos científicos, artísticos, lógicos, matemáticos, filosóficos, psicológicos, estratégicos e táticos.

Estas aplicações permitem assegurar que o Xadrez é uma Ginástica Mental Integral de infinitas potencialidades de investigação no campo da Saúde Mental. Sua prática contribui para prolongar as faculdades intelectuais.

Entendo que não está longe o dia em que os Cientistas dedicados às investigações do cérebro tomem muito a sério o Xadrez como uma ferramenta fundamental para o estudo de diferentes aspectos relacionados com a memória, o processo do pensamento e toda a atividade do cérebro, o mais complexo e perfeito órgão que possui o ser humano.


Bibliografia principal consultada:>
The Wall Street Journal, abril / 2003.
Ajedrez para todos, Curso Básico, ISLA - Cuba, 2003.

Xadrez escolar

Os seres humanos se destacam dos outros seres vivos pela aquisição da capacidade de agir sobre a natureza, ou seja, mudar, pensar logicamente.

Dentro deste contexto, tem-se a implantação do xadrez como atividade de suma importância para o treinamento deste raciocínio lógico.

É do conhecimento de todos, que o xadrez vem a enriquecer não só o nível cultural do indivíduo, mas também várias outras capacidades como a memória, a agilidade no pensamento, a segurança na tomada de decisões, o aprendizado na vitória e na derrota, a capacidade de concentração, entre outros.

O ensino e a prática do xadrez têm relevante importância pedagógica, na medida em que tal procedimento implica, entre outros, no exercício da sociabilidade, do raciocínio analítico e sintético, da memória, da autoconfiança e da organização metódica e estratégica do estudo.

O jogador de xadrez, constantemente exposto a situações em que precisa efetivamente olhar, avaliar e entender a realidade, pode mais facilmente, aprender a planejar adequada e equilibradamente, a aceitar pontos de vista diversos, a discutir questionários e compreender limites e valores estabelecidos e a vivenciar a riqueza das experiências de flexibilidade e reversibilidade de pensamentos e posturas.

Em países como a França e a Holanda o xadrez já há muito tempo faz parte do currículo escolar como atividade extracurricular.
Após sua implantação, percebeu-se um elevado nível de alunos com melhora no coeficiente escolar e uma queda no nível de atendimentos a alunos com dificuldades de concentração.

Na Rússia, o xadrez está para eles como o futebol esta para nós, brasileiros.

O governo russo apoiou intensivamente a difusão do xadrez, criando até universidades específicas para o melhor estudo do jogo; sendo que nas escolas, todos, sem exceções, praticam xadrez.

O psicólogo BINET (1891), primeiro criador dos testes de quociente da inteligência e professor da Universidade da Sorbonne, em Paris, iniciou suas experiências sobre algumas das possíveis contribuições do xadrez para o desenvolvimento intelectual.
Suas conclusões, que abordaram a memória, a imaginação, o autocontrole, a paciência e a concentração, serviram de base para futuros trabalhos sobre o funcionamento do cérebro.

Os psicólogos da Universidade de Moscou DIACOV, PETROVSKY e RUDIK (1926), foram encarregados pelo governo soviético de investigar o eventual valor educativo do xadrez.
Eles verificaram que os enxadristas são muito superiores à população em geral quanto à memória, imaginação, atenção distribuída e ao pensamento lógico, passando então a recomendar este esporte como um método de auto desenvolvimento das capacidades intelectuais.

VYGOTSKY (1933), afirmou que “embora no jogo de xadrez não haja uma substituição direta das relações da vida real, ele é sem duvida, um tipo de situação imaginária”.
Pode-se dizer que, conforme propõe este grande psicólogo, através da aprendizagem do xadrez, a criança estaria elaborando habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis, passando a internalizá-los, propiciando a ela um comportamento alem do habitual de sua idade.

O psicólogo, matemático e enxadrista GROOT (1946), o qual representou seu país em três olimpíadas de xadrez, publicou seus estudos sobre o processo do pensamento dos mestres enxadristas.
Este autor pensa ser capaz de confirmar a teoria da “concepção linear” de SELZ, considerando que cada momento do pensamento é determinado em sua totalidade pelo conjunto dos momentos que o procederam.
Para ele, o pensamento no xadrez é essencialmente “não verbal”, e sim, deriva de uma série de retro-análises que vêm em forma codificada à cabeça do jogador.

Os psicólogos da Universidade de Gand, CHRISTIAEN e VERHOFSTADT (1981), investigando a influência do xadrez no desenvolvimento cognitivo, observaram que alunos do grupo experimental ao nível de 5º série, que receberam aulas de xadrez durante dois anos, obtiveram resultados significativamente superiores em testes cognitivos do tipo proposto por PIAGET, do que os alunos do grupo controle que não as receberam.

Desde 1976, o Ministério da Educação da França patrocina as competições de xadrez escolar oficiais e sugere às autoridades acadêmicas que incentivem o ensino do xadrez como atividade “sócio-educativa”, como atividade de “estimulação cognitiva” e como “estudo dirigido”.
Neste país, inúmeras experiências, do jardim-de-infância à universidade estão sendo realizadas.

Na década de 1980, com os jogadores KARPOV e KASPAROV, o xadrez transformou-se no esporte número um da então União Soviética, e seus torneios escolares chegavam a receber um milhão de alunos, somando-se as diversas etapas.

Atualmente cerca de 300.000 mil estudantes estão sendo beneficiados por uma resolução do ministério da educação da Holanda, que autorizou a inclusão do xadrez como disciplina escolar no currículo de primeiro grau durante meia hora semanal.

Nos últimos anos, o tema “xadrez e educação” tem estado presente nos debates institucionais.
Se em países desenvolvidos a utilização de jogos de estratégia em salas de aula já se encontra perfeitamente aceitável, o mesmo não se pode afirmar, salvo algumas exceções, quanto aos países em desenvolvimento, entretanto, no Brasil, a implantação do xadrez nas escolas já é vista como fundamental por pedagogos e coordenadores, e isto vem sendo feito, mas mais especificamente nos últimos quinze anos.

No estado do Paraná o projeto encontra-se em fase bastante avançada, sobretudo pelos esforços do grande mestre Jaime Sunye Neto e de sua equipe de trabalho.
Em Curitiba já existem torneios que mobilizam mais de oitocentas crianças em cada etapa, e em todo estado estima-se que o número de alunos envolvidos com o xadrez passe de quinhentos mil.

Entender os benefícios que este esporte pode trazer ao aluno e a educação em geral é a maior barreira para os educadores, porém, como já é demonstrado, basta analisar os resultados obtidos e também aprofundar o estudo em relação aos verdadeiros benefícios do xadrez para saber como aplicá-lo, que a iniciativa será justificada.


Ciro José Cardoso Pimenta
  • Graduando em Educação Física pela UFPR.
  • Técnico, professor, árbitro, jogador e palestrante de xadrez.
  • Vice-Presidente da Federação de Xadrez do Paraná.
  • E-mail: ciropimenta@bol.com.br

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aulas interativas no Col. Santa Amélia.




Buscando sempre inovar e tornando nossas aulas cada vez mais dinâmicas, buscamos aplicar um trabalho em equipe, onde nossos alunos puderam através do trabalho em equipe, construir um painel, explicando o que vem a ser um xeque, um xeque-mate e um afogamento no jogo de xadrez, para uma melhor fixação do aprendizado.

Para a realização deste trabalho as equipes utilizaram colas, tesouras, papel 40, réguas, lápis de cor, lápis piloto, revistas e muita criatividade.

Este trabalho foi realizado de forma interdisciplinar, envolvendo disciplinas como xadrez escolar, matemática, língua portuguesa, geometria e artes. Nestas aulas abordamos Regras, Raciocínio Lógico, Ludicidade, análise e síntese, resolução de problemas, criatividade, interdisciplinaridade, abstração e objetividade, autocrítica e auto avaliação.

Durante o trabalho, os alunos tiveram a oportunidade de lidar com as diferenças e dificuldades surgidas a cada momento, assim como formas de superação dos obstáculos alcançados.

Inicialmente todos receberam informações de como se deve trabalhar em equipe e como se alcançar os objetivos propostos, dividindo responsabilidades e nomeando seus líderes, para que estes orientassem o trabalho da melhor forma possível.

Por fim, as equipes apresentaram seus trabalhos explicando para todos os presentes não apenas o assunto em si, mas suas impressões sobre os acertos, os erros e dificuldades encontradas em sua construção.

Parabenizamos as equipes pelo esforço, pelo trabalho desenvolvido e principalmente pela dedicação ao trabalho!

Parabéns !!!

Prof. Alexandre Vieira Marques