domingo, 11 de julho de 2010

O que é o xadrez? Por que meu filho faria xadrez?


Por Eduardo Quintana Sperb*

Afinal o Xadrez é esporte, educação e/ou cultura? – É tudo isso lhes afirmo! O Xadrez como modalidade esportiva é organizada em nível de associações, clubes, federações, confederações nacionais e internacionais, colocando-se nas mesmas prerrogativas das demais, sejam elas mais ou menos reconhecidas como futebol ou punhobol.

Porém, a disseminação em nível escolar a coloca a médio e longo prazo numa condição de popularização privilegiada com relação às demais, onde os frutos para praticantes e a própria modalidade, futuramente, não terão precedentes.

Na questão educacional vê-se o xadrez inserido no contexto escolar; é relevante? Normalmente, isto ocorre de duas formas: como atividade extracurricular e em sala de aula. Há diferença?

Na primeira questão poderíamos responder com outra pergunta: “você gostaria que seu filho fizesse uma atividade que exercitasse e desenvolvesse a concentração, raciocínio lógico-matemático, visão espacial entre outros e ao mesmo tempo brincasse?” O xadrez pela criança é encarado como uma brincadeira (e isto é ótimo!), para o pai instruído é às vezes até uma esperança na alteração de comportamento/rendimento e para o educador capacitado uma excelente ferramenta educacional multidisciplinar.

Os referenciais das habilidades cognitivas citadas, apenas algumas, são de outros países e nem sempre quem busca afirmar o contrário tenta enxergar além do que os próprios olhos querem ver (Capitan my capitan! - Sociedade do Poetas Mortos**). Temos que, como nas outras áreas, importar informação. Ainda assim, bem perto, aqui em São Bento do Sul professores verificaram alteração nos campos da: matemática, concentração e uma maior predisposição das crianças para atividades que antes se demonstravam mais “preguiçosas”.

Na segunda questão, podemos afirmar que a necessidade de que o enfoque dado ao Treinamento é de que a competição é o fim do aluno e deverá ser também do professor, que não poderá distanciar-se dos objetivos de seus pupilos sem esquecer que eles são crianças. Porém o Professor terá de manter em níveis aceitáveis a competição dentro do que a maturação da criança a coloca em condições de suportar o stress da competição. Conforme Seminário de Xadrez Escolar, Romênia, Constantino Paizis cita: “Seria excelente se pudéssemos ter a combinação de um forte enxadrista com a de um professor”. Neste caso o Italiano Constantino enfatiza o caráter educacional (principal) e a necessidade de se atentar a formação da personalidade das crianças e por isto um Professor/educador, por outro lado, um forte enxadrista para que a parte técnica fosse desenvolvida sem limitações.

O xadrez de sala de aula é outra coisa, alunos que não gostam perfazem até no máximo 10%, outros 15% o fazem como qualquer outra atividade e 75% demonstram grande interesse. Aproximadamente 40% do total buscariam o treinamento se pudessem; problemas com horários, locais e outras situações interferem nisto.

O objetivo é jogar, buscando variações para prática, a interação dos alunos, tanto entre os melhores como os apresentam dificuldades, fazendo a prática na sua essência sem cair em monotonia. Exemplo de uma aula que faz o maior sucesso: Conto da Noite de Natal: Partida do Papai Noel x Homem da Capa Preta; exemplo de interdisciplinaridade: português, educação física, geografia, história e matemática!

Em meio ao exposto, ainda fica em aberto o posicionamento dos pais frente à atividade, podendo colaborar decisivamente para que estes propósitos sejam alcançados ou, em alguns casos, gerando demanda para outro trabalho: conscientização.

Geralmente os pais dividem-se em quatro grupos:

• Os que acreditam ser o xadrez (como os demais esportes) a oportunidade ministrada aos seus filhos para distingui-los pelo seu talento, após destacarem-se nacionalmente ou indo mais além;

• O segundo grupo considera o xadrez mero divertimento;

• Já o terceiro grupo acredita ser o xadrez um jogo para adultos e consideram-no muito "pesado" para as crianças;

• Os pais que compreendem a gama de habilidades cognitivas envolvidas no processo do jogo, bem como o fundamento educacional, estimulam e/ou levam a criança de encontro à oportunidade.

Creio que após esta breve resenha você terá mais argumentos para apoiar ou não (?) a prática deste milenar esporte!

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